Se eu pudesse tiraria da cabeça
tudo de dentro,
tem entulhos demais, coisas antigas
entre outras, sem movimento.
Antes fosse toda dividida,
mas tem misturas de cores,
aspectos e sabores, coisas insípidas...
De esquecidos, tem uma tonelada
e não há luz que me dê as claras,
nessa lembrança vaga toda remexida...
Antes parecia que tudo era organizado,
como quarto vago onde tudo se cabia,
também um armário ultrapassado
que nem chave eu tinha...
Tem cantos de coisas pendentes
em atropelos por outros chegados
que nem adianta serem resolvidas,
face da aliança que já diluída...
Essa cabeça tem coisas demais,
tem vãos minúsculos cheios de ais,
uma outra lasca vezes mais profunda
que meus dedos não alcançam mais...
Uma vida para fazer o limpa
ou até a troca
do que eu for capaz,
mas a ventarola sobre meus cabelos,
soprariam poeira nas vias nasais...
Se não tenho poder,
deixo como está
Pois que vez terei pelas ordinais...
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