quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Mas só de vez em quando...



De vez em quando eu fico assim 
e sem nenhuma explosão de dizer não 
somente um sim, bem grandão 
a se fazer ouvir em outra estação...


domingo, 2 de novembro de 2014

Pátria Mãe Gentil


A maioria não queria mudança
apenas o direito a rede que balança,
a paz do sossego, à sombra,
após a dança...
Não tinha nada por capricho
ou sequer por egoísmo,
pois que o trabalho não cansa...
Um lugar ao Sol,
sabendo que é de todos,
uma cobertura, ainda que simples
que se mostrasse segura,
mérito que lhes afagasse os timbres...
A minoria convencida, do que não era 
pra ser,
se contorce enlouquecida,
por teima em não querer aprender...
Enquanto a Pátria mãe gentil,
no pico de um mastro balança,
quando os que se mostram poucos,
são muitos no grito em excesso,
não entendem que sem ordem
jamais haverá progresso...


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

MEU ANIVERSÁRIO...

Uma fumaça apenas
de uma vela acesa
faria toda a diferença,
jantar a dois sobre a mesa...

Mas... Apaguei muitas velinhas,
quantas foram não contei,
pois sei que de lembrança vinha,
toda a estrada que galguei...

Muitos metros e até quilômetros
entre estrada e pergaminho
escritos fizeram contos
e dos passos, passarinhos...

Nas rodas, mãos segurei
outras então me enlaçaram,
muitas canções eu cantei,
outras que a mim, cantaram...

Meu universo é de mangues,
de coqueirais e balangandãs,
filha da terra no mais puro sangue,
das ervas benditas, as hortelãs...

Tempo refeito de quimeras
da vil poeira, marcas e sequelas
transeuntes a passar,
lambadas que dei no samba,
quando julgava ser bamba
sem muito me preocupar...

A data que hoje retrata
é um número que não sei,
é festa no rio que passa
mergulho nas ondas que dei,
é coro de passarada,
também valsa que dancei

Pois que hoje é aniversário
tempo em que à vida retornei,
vezes penso estar em plenário
julgo débitos que realizei...

E agora no exato instante,
retrocedo a um belo tempo
revivo o útero Santo
saudando a vida a contento...






segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Conta pra mim...

Fala amiga Lara, conta pra mim,
o que sabes que não sei...
diz sobre a epígrafe da lei,
a onde se esconde a felicidade,
que a bem da verdade, até sabia,
mas por descuido objetei...
Explica-me sobre os mistérios,
sendo o mundo de todos,
por que para alguns o império,
sendo grande a miséria do povo...
Fala que depois, falarei de mim,
contarei os meus trâmites,
coisas banais, outras afins...
Revela-me sobre o Sol e a Lua,
por que sozinhos pelas ruas,
a ocultar suas venturas...
Depois você me fala das estrelas,
coisas belas, porém passageiras,
sobre os segredos que vês...
pode ser das cores, dos amores
e até das jardineiras, pode ser...
Talvez assim, perante percalços,
em alguma coisa eu possa crer...


sábado, 4 de outubro de 2014

Colo Cativo

Lá, no pensar ele voltou, 
onde a vida lhe fora cativa, 
pois quando andava à deriva, 
perdido n’algum canto se prostrou, 
sem conhecer o caminho, 
vagueou triste e sozinho, 
a sentir falta de amor... 
Também sem pão e sem vinho, 
qualquer lugar era o ninho, 
servindo de amparador... 
Pobre criança sofrida, 
de certo jamais esquecida, 
sua mãe morrera de dor... 
Mas no céu, 
pediu aos anjos intercessão 
a seu louvor: 
dorme criança e esquece, 
logo estarás de volta, 
 nos braços do Senhor...


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Desapego

Não queira me adivinhar 
pelo que aparento 
 perante as quedas que levo. 
Não diga que sou forte 
por me ver de pé, 
nem se penalize de mim 
 por ser mulher, 
meu suporte não é de aço, 
sou frágil, 
o que recebo tem o tamanho 
do que posso carregar, 
sem que com isso perca minha fé... 
Quando perceber-me chorando, 
 nada diga, apenas me ouça sem cobrar 
fortaleza que não tenho... 
Vou seguindo, sobrevivendo, 
armando-me de defesas, 
jamais morrendo, 
dando-me ao desapego 
dos corações que vivem comigo, 
entre outros que vou conhecendo...


domingo, 24 de agosto de 2014

Creia e verás...

Teimosia árdua de uma existência, 
que se nega ver além de uma aparência, 
alma que tampa os ouvidos, 
sem ouvir os ditos de própria consciência... 

 O tempo com seu costume próprio, 
reverencia o sentido, 
daquela poeira que tal se impregna 
amontoando-se num corpo bendito... 

 Até que a sonoridade se abafa 
sob o julgo de um tamponar, 
o olhar no vazio obscurece 
e todo o melindre perde o vibrar... 

 Esquece alma o ponto, segue alerta 
aprecia o todo às voltas do caminho, 
mesmo dormindo, toma-te esperta, 
dê atenção ao canto dos passarinhos... 

 Busca ouvir o sussurro dos ventos, 
pequenos e grandes ecoam no mundo, 
cria imagens, sensibiliza o pensamento, 
desde o raso ao mais profundo... 

 Ao fundo de tudo, ouvirá seu coração, 
como a querer sair, rasgando o peito, 
anjos saúdam em coral na imensidão, 
tornando seu lar mais que perfeito...



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Traçados

Traçados de meu percurso, 
caminhos a descrever, 
de dificuldade é o curso 
mas de valia aprender... 

 A minha estrada é de linhas, 
tantas tracei, outras cruzei 
confesso que vi coisas lindas, 
outras por fim eu chorei... 

 Minha andança continua, 
tem por mérito os desafios, 
nada me vem por acaso, 
porém de vontade, o brio... 

 Pedras muitas, obstáculos! 
de algumas outras desviei, 
nas fronteiras me fiz trapo, 
e tão poucas atravessei... 

 Certo alcance de ventura, 
transpus limites para vencer, 
mas por descrença e loucura 
erros ocasionei sem querer... 

 Pelas provas que já fiz, 
outras e outras ainda farei, 
foco é força para ser feliz 
sei que um dia vencerei... 

 E quando no fim do caminho 
ao término de minha luta, 
voarei como passarinho, 
Grata aos céus pela labuta...


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Asas minhas, minhas asas...

Se as minhas asas voassem 
meu Deus, como feliz eu seria 
com graça faria a viagem 
em bando com as cotovias... 

 Teria o silêncio da noite, 
vislumbres por todo dia, 
cantaria pelos ares, 
as mais belas melodias... 

Voaria por sobre os mares 
pousaria nas palmeiras, 
despertaria os olhares, 
d’entre todas as jardineiras... 

Ah se minhas asas voassem 
seria a inspiração dos poetas, 
eles comigo em viagem, 
faríamos da vida uma festa...


terça-feira, 24 de junho de 2014

Não vejo mais...

Não olho para trás, 
porque nada vejo mais 
andei e andei; 
aquele agasalho, 
me fora emprestado, 
por isto por lá deixei... 
Era pequeno como eu, 
como se feito pra mim, 
mas se dava como universal 
no enlace d’outros braços, 
não me servia assim... 
Levo comigo a lembrança 
porque não o esqueço, 
era formoso, tinha apreço, 
mas não me queixo... 
Apenas lamento, 
o aconchego que me envolvia 
era como um Sol calorento, 
que até mesmo nas noites, 
de afagos me ardia...


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Essa cabeça...

Se eu pudesse tiraria da cabeça 
 tudo de dentro, 
tem entulhos demais, coisas antigas 
entre outras, sem movimento. 
Antes fosse toda dividida, 
 mas tem misturas de cores, 
 aspectos e sabores, coisas insípidas... 
De esquecidos, tem uma tonelada 
e não há luz que me dê as claras, 
nessa lembrança vaga toda remexida... 
Antes parecia que tudo era organizado, 
como quarto vago onde tudo se cabia, 
também um armário ultrapassado 
que nem chave eu tinha...
Tem cantos de coisas pendentes 
em atropelos por outros chegados 
que nem adianta serem resolvidas, 
face da aliança que já diluída... 
Essa cabeça tem coisas demais, 
 tem vãos minúsculos cheios de ais, 
uma outra lasca vezes mais profunda 
que meus dedos não alcançam mais... 
Uma vida para fazer o limpa 
ou até a troca do que eu for capaz, 
mas a ventarola sobre meus cabelos, 
soprariam poeira nas vias nasais... 
Se não tenho poder, 
deixo como está 
Pois que vez terei pelas ordinais...


sábado, 19 de abril de 2014

Longânime

Tenho uma vida quebrada, 
já não tem conserto algum, 
faltam peças na jornada, 
de originalidade, nenhum... 

Eu bem que tentei exportar, 
vela no tranco, incerto 
e nesse haver de errada, 
ao chão caiu meu teto... 

Da vela restou o pavio, 
longânime agora estou, 
o fogo de sobra no fio, 
é pertence do meu amor...


domingo, 6 de abril de 2014

SOMBRA

Sabes de mim 
e por fim me segues 
se não atrás, à frente 
como a saber do caminho, 
de repente... 
Dentro de mim, vives 
poucos são os que te veem, 
sabem da sua presença, 
mas não te leem... 
Da imagem, para os outros, 
a roupagem é física, 
mas eu te sei alma minha 
quando mostras a negativa 
que sob as vistas do Sol 
quão meio dia, 
a mim se alinhas...

domingo, 23 de março de 2014

TEMPO

Não tenho tempo, 
o tempo é quem me tem! 
Vivendo sob a sua serventia, 
em tudo o que dele vem... 
Não há carta de alforria 
e a lei como garantia, 
é o tempo que na mesma 
somente a ele convém... 
É engano, 
dizer que o tempo é meu 
quando ele o ditador, 
determina o plano 
 dentro de um projeto seu... 
Eu sou apenas a espera 
no meio do que não se sabe, 
na incerteza que me cabe... 
Serei um ponto 
quando ele achar que deve, 
no instante apenas virgula, 
sendo breve...


sábado, 15 de março de 2014

TEMPO

Tempo choroso, arrependido, 
 confuso e indeciso 
que fizeste da tua soltura 
quando em horas definido? 
 Por que tão atrapalhado, 
melindroso, sem arranjo 
em decisão alguma? 
Sinto-te às vezes endurecido, 
armado em tempestades 
mas logo que o vento aparece, 
de toda a raiva esqueces 
a exibir sua vaidade... 
Onde escondes as tuas águas 
quão distraído do frio, 
sei que disfarças as mágoas 
das tantas águas sugadas 
 pelas veredas dos rios... 
Porém nas noites rebeldes 
 te ouço cair... 
Perdoe, se não te acalento, 
pois contigo também choro 
e logo volto a dormir...



domingo, 9 de março de 2014

Somos iguais...

Estou aprendendo, 
que não existe no mundo 
alguém de maldade pura, 
quando todos somos fecundos... 

Mesmo porque 
não há pureza na maldade 
senão a falta da oportunidade 
à manifestação das virtudes... 

 Para quem sentia-se incapaz 
de exercer o gesto no trabalho, 
em lânguido e mísero poder de mais, 
inseguro se fez caído e sem abraço... 

 Não há no mundo sequer, 
um ser que não tenha 
 carência de amor, 
ladrão, assassino, bandido, 
seja como for... 

 Todos no mundo procuram seu par, 
um pai, uma mãe, um bem-estar 
e feliz de quem teve e tem a sorte, 
ainda que na hora da morte, 
em ultimo instante 
o bom instinto acordar... 

 Não somos letrados, 
nem advogados, 
nem soberanos contra ninguém, 
somos juízes sim, dos nossos atos 
sem direitos a julgamentos 
sobre alguém...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um dia quem sabe...

Trocentas são as cruzadas 
fico a pensar ser mandinga, 
toalhas todas ensopadas, 
como se cheiros de pinga... 

 As bolas são reboladas 
desviam perdida nos tiros, 
ecoam ranhuras nas falas, 
malditos estribilhos... 

 As contas que não se pagam 
sempre retornam ligeiras, 
passado se banha em presente 
ultrapassando fronteiras... 

 O despeito sem respeito, 
o pensar repetitivo, 
vejo tudo com defeito, 
empoeirado sem brilho... 

 Hora essa que não chega 
no proveito dos conselhos, 
o eu sempre prevalece 
da raiva guardada no peito... 

Um dia, quando for anjo 
talvez surja calmaria, 
sei que virão os arcanjos, 
do sonho que tive um dia...


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Circuito vicioso...

  Faz do livro, 
um recôndito de fuga, 
onde se procura 
por ausência das falhas 
discorre o olhar pelas letras, 
pensa e para 
quando se encontra 
na presa das malhas... 
Essas histórias tão loucas 
dá-lhe susto na boca 
quando o queixo cai, 
e n'outro parágrafo se joga, 
eis o tombo em que se esvai... 
Quando solta risos 
é engraçado, posso ver, 
coisas de bichos, de sisos, conciso, 
e tal é o trabalho, 
porque falho é o que não crer... 
E mais outro e outro parágrafo, 
outra frase, mais capítulos 
e roda o livro até o fim 
porque amanhã tem outro, 
mas... 
- Estou dura! vazio no bolso... 
Eu quero outro livro pra mim! 
 E segue os dias 
 em circuito vicioso, 
porque é assim... 


 *Pra minha filha Juliana, quando assim te vejo e espreito em suas roldanas...


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Reciclando...

Algumas folhas 
 me servirão de vigas 
para o sustento do meu teto, 
um arvoredo iluminado, 
o descanso sob céu aberto... 
Outras tantas não me servem 
lixo dos meros rabiscos que fiz, 
propósitos enganosos, 
a julgar que podia ser feliz... 
Outras páginas então reciclo 
em queima de fogo, 
luminária para as noites frias 
no aconchego do meu corpo... 
Esta outra me rende uma saia 
a servir-me de consolo 
quando as lembranças 
se fizerem em vaias, 
para que eu não erre de novo... 
Ainda tem mais 
 as que desdobram cansaço, 
oferendas dos meus despachos, 
e incrementos de sonhos 
o que ainda suponho, 
mas não sei... 
Depois, depois eu penso 
no pesar do tempo 
 quando toda a minha história 
em solo, recantarei...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quem és tu?

Quem és tu alma 
a parecer tanto comigo 
que abraça e me envolve 
como de mim um vestido? 
Quem és tu que me dá calma 
na ânsia louca que sinto, 
ternura com que me apalpas 
a acordar os meus instintos... 
Quem és tu que balanças 
no aconchego do meu dentro 
de seguida o céu alcanças, 
faz-me estrela em firmamento...