domingo, 15 de dezembro de 2013

Mesmo por ironia...

Vida, amiga minha 
diz pra mim do teu segredo 
como fazes na travessia 
a encobrir o seus medos? 
Diz pra mim,
da razão do seu sorriso,
e que brinquedos? 
Se te sabes então sofrida 
onde encontras alegrias 
a esquecer das feridas? 
E se o teu sorriso é disfarce 
enquanto a piada não vem, 
repassa pra mim tua arte 
que mesmo por ironia 
tentarei sorrir também...


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Alucinado

Pequeno, de passos curtos, 
Sem rumo e direção, 
atitudes em vícios mudos 
vacância dormente, sem moderação... 
Cobertura das hora inspirada 
tugúrio de sim não é, 
na marcha lenta empurrada, 
lampejo do que se quer... 
A musa que repentina, 
se inventa como uma mulher, 
faz do hospedeiro da horta 
sectário alimentar, 
quando a hora agora morta, 
humilde esteira a deitar... 
Pelos dias sombreados 
tem na arte a sua gana, 
no desuso se balança, 
da falsa alegria se engana...



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lembranças


Vejo nos traços do seu rosto
a estrada que era antes,
antes de cruzar com as minhas
em nosso haver mais distante...

E qual não foi a cruzada?
lembro-me daquele instante...
No tropeço duma esquina,
tornamo-nos acompanhantes...

Eis porque as nossas linhas
em nosso rosto assim marcante,
por toda a missão resistida,
e ainda somos amantes...

Que o nosso haver seja eterno
aqui e ali, no mais distante,
mesmo em tempo separados,
revivamos do nosso romance...














sábado, 9 de novembro de 2013

Sopro do silêncio...

Queria que fosse assim
a tal casa tão sonhada,
no cume de uma árvore braba,
no pico da Mantiqueira,
tendo o solo mais profundo,
abaixo da castanheira
E por lá me balançasse
sem perdas, a vida inteira...


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Uma folha somente

Se eu não posso voar
que eu seja uma folha ao vento
sem paragem alguma,
senão em socorro aos tormentos,
com seus viveres de amargura...
Que eu não tenha cara, formas 
ou qualquer figura
a causar apegos na ventura...
Não, não quero ser anjo,
Repito, uma folha somente
a abanar a dor de quem as sente...
E que eu seja bem verdinha
a repassar esperança 
a quem entregue definha...
Também que eu seja de certeza 
o bom exemplo,
quão as fases da menina lua
minguando, renovando, crescendo
bem cheia a iluminar a rua...
Sim uma folha eu queria ser
esvoaçando aos ventos,
pelos tempos a viver... 

 

sábado, 26 de outubro de 2013

SONETO A LÍVIA

Carinho ofertado pelo grande amigo e poeta Samuel Balbinot dedicado a mim. Hoje por ser meu aniversário, nada melhor como a expressão poética que o amigo a mim satisfaz e cujas palavras senão de muita gratidão. Obrigado Samuel, me fizeste muito feliz.  Blog: http://lapidandoversos.blogspot.com.br/ 
Visitem-no porque é de todo encanto...

Nos aromas das flores mais formosas... 
 Brincam zéfiros sempre a suspirar; 
 Como são lindas as cálidas rosas 
 Que brincam dentro do teu doce olhar; 

 Nas noites estreladas, majestosas 
 Luzes vem de mansinho te tocar... 
 São fadas vestidinhas por preciosas 
 Mantas querendo mais que te abraçar; 

 No teu coração reina tanto amor... 
 Teu peito é um jardim vestido em flor 
 Mostrando-te a beleza da real trívia; 

 As estrelas são pérolas luzentes 
 Vestindo os céus celestes e contentes... 
 São luzeiros para a tua alma Lívia;


 Samuel Balbinot

domingo, 20 de outubro de 2013

Poesia

Pode ser que os meus versos
sejam tristes,
mas o canto é livre,
quão uma canção de ninar,
lenimento de minh'alma
fulgência que me acalma
quando a lembrar...
Pode ser que o amor assim resiste
que importa se alegre ou triste
quando os rios são de ilusão...
A minha poesia é simples,
mesmo com tantos melindres
é bálsamo de emoção...
Quanto canto me inspiro
na soltura dos meus versos,
seja eu poeta ou não
luz de mim que se propaga,
razão de toda essa alma,
nas falas do coração...



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Causar...

Se estamos na primeira pessoa 
por que elucidar segunda ou terceira, 
no plural ou singular, 
quando o verbo é causar? 
Já causamos tantas amarguras, 
hoje julgamentos 
são inúmeros os tormentos 
pelas causas do passado, 
ou n'algum caso presente 
e de futuro malgrado... 
Estou certa de que inda causaremos 
quando o sujeito por tudo 
é errante porque sabemos... 
Estão tentemos crescer, 
 buscando aprender sempre mais 
respeitando acima de tudo, 
as causas sob os mais tristes efeitos, 
 das tiranias carnais... 
Peçamos a Deus sobre nossos ais, 
pelos ais d'outras pessoas, 
oremos para que as auras celestiais 
recaiam sobre o mundo 
gente boa...


domingo, 13 de outubro de 2013

Página virada

Permita-me vaguear, deixa-me ir 
 para que eu possa discernir 
Não podes ver o que vejo, 
 coisas foram feitas assim, 
 muito aquém do renegado porvir 
Não me pergunte nada, 
 daquela estrada 
somente eu posso entender, 
 é caminho feito de pedra, 
 de tudo o que resta, 
é o meu maior haver... 
Das curvas, recontei paradas, 
todas marcadas de sinais, 
letras estranhas, gregas rivais ... 
E como saber se lá não estavas? 
Sua jornada diverge da minha, 
São duas pontas de linhas, 
dando em quarta no final 
formação de encruzilhadas, 
refratário dum tempo principal... 
O que me falta é a conclusão 
talvez o que foi de errada 
pela pressa de antemão, 
não lida foi a página virada, 
de arbitrária questão...


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mãe... (Dia das Crianças)

Sou o teu Sol pelas manhãs 
o primeiro pãozinho do seu dia, 
o sentido que não se acanha 
sua mais sólida companhia... 

 Que importa a idade? 
Se pra você sou sempre a criança 
mesmo sendo adulto em liberdade 
fazes tudo por mim e não se cansa... 

Sei que sou a massa imaginária 
ante misturas de suas entranhas, 
sou o fruto de toda sua culinária 
o veredito sabor das suas manhas... 

 Sei que o dia não é bem dos filhos 
senão da razão única de ser criança 
pois que somos das estrelas todo brilho 
celeiro inesgotável de esperança...


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Onde?

Onde está a liberdade, 
diga-me por favor! 
Saiu? Em que faculdade? 
que não ouve o meu clamor... 



 - Liberdade minha querida, 
se encontra na luz que brilha 
antes do Sol se pôr 
também está nas noites frias 
na luz da estrela guia, 
sob a guarda do Senhor...


sábado, 28 de setembro de 2013

Velho tempo...

Já não espera... 
 Sentou sobre a cadeira do tempo 
esquecida do que era 
e se largou na carona do vento 
que na esquina alcançou... 
Nas mãos mantinha presa o pertence 
 como a assegurar o lapso 
no curso do equívoco involuntário... 
O peso talvez com que saíra, 
de nada lhe causava, 
se não a guarda do pensar afugentado 
pelo qual no instante se livrara... 
Quem sabe, se nada for de espera 
retorne ao tempo que era, 
do que lhe fora o lavrado...


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Acabou, acabou...


 Na telha,
ou parede que seja
as tintas serão da veia
onde qualquer lugar
serão lavas dum vulcão
que haverão de soprar...
O prato pronto
com tempero ou sem
o que for de sobra também.
As cordas que não vibram
foram ao desgaste
na mudez da lata
sem gotas sem água
da soprada ventarola
que a lama endureceu

Porque o tempo se fechou
ressequido arrependeu
a primavera se desfez, é outonal
porque não vingou
O silêncio imbuiu-se
perdeu sentido
não mais sussurrou
quando tudo acabou, acabou...